... e a minha geladeira agora roda Python!

Ultimamente tenho me dedicado a um novo hobby, que é cozinhar a minha própria cerveja. A ideia é produzir 20 litros por sábado, que são divididos com os amigos que participam da farra, ops, trabalho.

Em função disso tenho feito projetos legais de automação ligados ao processo cervejeiro, e agora vou passar a publicá-los cá. Sápassado (como dizemos nós de BH) fiz uma palestra no TDC sobre o assunto e surgiu a ideia de criar uma trilha de Tecnologia Cervejeira por lá ano que vem, então vamos já juntando os assuntos por aqui.

Depois eu pretendo fazer um post sobre o processo de produção de cerveja para contextualizar vcs. O fato é que essa é a minha nanocervejaria:

Toda vez que eu construo um equipamento novo, a mangueirinha do chuveiro de hóspedes encolhe...
Os processos cervejeiros são basicamente quatro: brassagem, fermentação, maturação e primming.

Nesse domingão (ontem) eu e o meu Mestre Cervejeiro Tiago, também programador e praticante do Arduinismo, automatizamos a etapa de maturação.

A maturação consiste em deixar a cerveja em um balde tampado em um ambiente climatizado, com temperatura constante e fria. Dependendo do tipo de cerveja pode haver uma rampa de temperatura, ou seja, começa-se na temperatura ambiente e vai resfriando-se o líquido até uma temperatura de uns 3 °C.

Até outro dia eu fazia essa maturação na geladeira do condomínio, em temperatura constante. Aí resolvi aperfeiçoar o processo fazendo uma câmara de maturação em casa, o que nada mais é do que uma geladeira em que eu consiga controlar a temperatura.

Ao começar a "prospectar" a geladeira, o amigo e colega de cerveja Pedro Valle conseguiu com a sogra dele uma geladeira, e ela ainda nos fez a gentileza de emprestar o veículo para transporte.

Acontece que o termostato da geladeira tava quebrado, então ela tava ligando direto. Com esse frio, olhem o que aconteceu com a cerva...


Pois é, virou picolé... isso deve ter feito com que ela se perdesse, pois o fermento deve ter morrido congelado e ele é necessário para o primming. Vou tentar "consertá-la", mas acho que vai rolar não... :(

Bom, o fato é que precisamos controlar a temperatura da máquina, e a melhor forma de fazer isso foi substituir o termostato "zuado" por um outro. E porque não um Raspberry, de maneira a colocar a geladeira na web?

Eis aí o resultado de algumas horas de trabalho no domingão:


Eu tinha um Pi antigão, relés, o Mauríllio, colega cervejeiro com quem fiz um projeto junto e do qual falarei em outros posts me deu um sensor de temperatura, mais um plug wifi que eu já tinha e a geladeira foi parar na intranet da casa!



Vcs podem ver acima o furo que fizemos na bicha para passar:

- O cabo do sensor

- Um par de fios para se conectar no par que substituiu o termostato, agora substituído pelo relé que dá pra ver na foto em detalhe (aquele gadget com o LED vermelhor aceso).

Daí fizemos uma aplicaçãozinha Python que monitora a temperatura, acionando a geladeira quando passa um grau do setpoint e desligando-a quando passa de meio grau abaixo.

Aqui o monitoramento da dita via telnet:



Bom, é isso. Nos próximos posts vamos aos detalhes.

Abracadabraço,

Mauro




Comentários

  1. Parabens!!!
    Só de conseguirem fazer o furo sem acertar a tubulação de gás...

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    Respostas
    1. É que, como eu tirei o termostato da parede interna, dava pra ver que ps tubos não passavam por ali onde a gente furou.

      Excluir

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